PGR denuncia Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado
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A denúncia da PGR aponta que Bolsonaro sabia e concordou com um plano para matar Lula antes da posse presidencial. Segundo o documento, a tentativa de golpe foi batizada como "Punhal Verde Amarelo" e envolvia ações estratégicas dentro do governo. "O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu", destacou Gonet.
Escalada de ameaças desde 2021
O procurador-geral apontou que, desde 2021, Bolsonaro adotava um tom de ruptura institucional em discursos públicos, contestando decisões do STF e desacreditando o sistema eleitoral brasileiro.
"Essa escalada ganhou impulso quando Lula se tornou elegível, levando Bolsonaro e seus aliados a intensificarem os ataques ao sistema democrático", afirmou a PGR.Lista dos denunciados pela PGR
Entre os 34 nomes denunciados, destacam-se:
Jair Bolsonaro – Ex-presidente da República
Walter Braga Netto – Ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice
Mauro Cid – Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Alexandre Ramagem – Deputado federal e ex-diretor da Abin
Augusto Heleno – Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
Anderson Torres – Ex-ministro da Justiça
Almir Garnier Santos – Ex-comandante da Marinha
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – Ex-ministro da Defesa
Outros 27 nomes também foram citados na denúncia, incluindo militares, assessores e membros do governo Bolsonaro.
Relatório da Polícia Federal e núcleos da organização
A PGR utilizou como base o relatório da Polícia Federal, que em novembro de 2023 indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas. A investigação revelou seis núcleos de atuação golpista, cada um com funções específicas:Núcleo de Desinformação: disseminava fake news contra o sistema eleitoral.
Núcleo de Incitação Militar: pressionava comandantes das Forças Armadas a aderirem ao golpe.Núcleo Jurídico: elaborava decretos inconstitucionais para tentar validar o golpe.
Núcleo Operacional de Apoio: organizava manifestações e logística dos acampamentos golpistas. Núcleo de Inteligência Paralela: monitorava autoridades do governo eleito.
Núcleo de Medidas Coercitivas: previa até assassinatos ou capturas de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.Se condenados, os denunciados poderão cumprir penas que variam de 3 a 12 anos de prisão, dependendo do crime:
Golpe de Estado: 4 a 12 anos de reclusão
Abolição violenta do Estado democrático de Direito: 4 a 8 anos
Organização criminosa: 3 a 8 anos
Além desta denúncia, Bolsonaro já foi indiciado em outros inquéritos, incluindo o caso das joias sauditas e a fraude no cartão de vacinação.
Próximos passos
O Supremo Tribunal Federal (STF) analisará a denúncia e decidirá se a aceita. Caso isso ocorra, Jair Bolsonaro e os demais denunciados se tornarão réus e responderão a processo penal.
A investigação segue em andamento e novas revelações podem surgir nas próximas semanas.
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